Primeiro e segundo livros de Crônicas

terça-feira, 29 de julho de 2008

2.6- Primeiro e segundo livro de Crônicas

Apresenta Jesus Cristo como Nosso Rei

Os dois livros eram originalmente um único livro, devendo a sua divisão aos tradutores da Septuaginta. No cânon judaico eles se encontram sob a terceira divisão maior, “Os Escritos”, provavelmente devido à sua redação tardia. Ali eles aparecem como últimos livros na seqüencia da Bíblia hebraica. No nosso cânon, por causa da influência da Septuaginta, encontram-se entre os doze livros históricos. O seu título em hebraico é “(Livro) das Ocorrências Diárias”, o qual leva a idéia de história. O nome “crônicas” reflete essa idéia, tendo sido usado desde Jerônimo no século quarto depois de Cristo. O seu nome na Septuaginta é “Paraleiponema”, significando “fatos omitidos”. Primeiro Crônicas é um paralelo aos livros de Samuel, enquanto Segundo Crônicas é paralelo aos livros dos Reis.

Quanto a sua autoria

O autor de Crônica é anônimo. É possível de se deduzir que o autor fosse da classe levitical, já que o livro parece apresentar os fatos a partir do ponto de vista dos levitas e sacerdotes que voltaram do exílio babilônico. Há pelo menos uma indicação quanto à data da obra. Na lista genealógica de 1 Cr 3:19-24 encontram-se registrados os nomes dos descendentes de Zorobabel até a sexta geração. Este Zorobabel foi um príncipe descendente de Davi que liderou o grupo dos primeiros judeus que voltaram (Ed 2:2; Ag 1:1). Se atribuirmos a cada geração 25 anos, chegaremos à época depois de 387 a.C., sendo que Zorobabel e seu grupo voltaram da Babilônia em 537 a.C. Se contarmos 40 anos por geração, chegaremos a cerca de 300 a.C. para a época da obra. Provavelmente fosse em cerca de 350-300 a.C.

Seu tema

O tema dos livros de Crônicas é estabelecer o trono de Davi e a fidelidade de Deus para disciplinar a sua dinastia.

Objetivos

São dois os objetivos dos livros de Primeiro e Segundo Crônicas.

a) O objetivo histórico não era somente o de continuar a história de Israel a partir do final de 2 Reis, mas apresentar de maneira sucinta toda a história sob a perspectiva divina. Em vez de esses livros começarem sua narrativa com Samuel, ou Abraão, eles o fazem com Adão. Nessa retomada da história, o cronista omiti dos livros de Samuel e Reis muito do conteúdo referente às guerras, política e até mesmo aos pecados do povo. A ênfase é mais concentrada nos levitas, na adoração dentro do templo, nas bênçãos do arrependimento, na soberania de Deus para restaurar o povo de Israel e para cumprir suas promessas se esse povo correspondesse.

b) O fato de estarem colocados no final do cânon hebraico sugere um objetivo canônico. Esdras não os colocou no fim por mera modéstia, mas para dar-lhes uma importância especial. Estes livros constituem um único tipo de repetição do Antigo Testamento e sintetiza toda a história sagrada para lembrar as gerações futuras que Deus é o centro de seu povo. Embora grande parte de Israel estivesse disperso, o programa divino permanecia o mesmo. Levantando impérios para disciplinar o seu povo, o Senhor cumpriu com soberania todas as promessas da sua aliança. Esdras queria fechar o Antigo Testamento com essa idéia.

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