Pentateuco Considerações gerais

terça-feira, 29 de abril de 2008

1- Pentateuco.

O que é Pentateuco?

A palavra Pentateuco é originaria do grego, das palavras “penta” (cinco) mais “teuco” (um tipo de estojo para rolos de papiro), traduzida assim como “cinco livros”. Este termo é a designação dada aos cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis. Êxodo, Levitíco, Números e Deuteronômio, que formam na Bíblia Hebraica um único livro chamado de Sefer há Torah (Livro de Instruções) também chamado de Lei de Moisés (Ed 6:18; 7:6). Esses cinco desde de sua origem tem formado a base regradora da vida social, política e religiosa dos judeus e por conseqüência da vida social de toda a sociedade moderna ocidental. Hoje nossas leis e costumes ocidentais são fortemente influenciados pela Torah Judaica.

Do que tratam esses Livros?

O Pentateuco se propõe ser a base do culto ao Eterno Deus Todo Poderoso. Nele se reúne a história das origens da humanidade e do pacto do Eterno Deus com os homens, em especial com a casa de Abraão (hb.Avraham) do qual descenderia a nação israelita. O Pentateuco, além de dar um panorama desses fatos históricos, apresenta os mandamentos (hb. Mitswot), dados pelo Senhor ao povo israelita que se constituiria na nação sacerdotal. Nele estão contidas as bases do monoteísmo, da criação da terra e do homem, da tentação e das alianças do Senhor, que durariam até a Nova Aliança no Hamashiahh (do Hebraico, Messias).

Abrangências Históricas e Autoria.

Apesar de englobar em si um período de mais de 2.500 anos da história humana, o Pentateuco não entra em minúcias históricas, mas apresenta de forma ampla e linear, se detendo apenas em eventos que realmente importariam para o povo de Israel (hb. Yisrael). Em relação à sua autoria, as correntes tradicionalistas consideram Moisés (hb. Moshe) como seu autor, mas a atual escrita dos cinco livros foi realizada por Esdras (hb. Ezra), o escriba em 404 a.C, quando houve uma reavivamento da fé judaica tornando-se necessário assentar por escrito as tradições judaicas para instrução do povo, Esdras organizou o que hoje conhecemos como Velho Testamento. Esdras utilizou as Tradições Patriarcais (com o registro da história dos patriarcas), as Genealogias (1Cr 9:9), a Torah do Sinai (Êx 24:3-8), o Código Sacerdotal (com todas as instruções para ofertas e sacrifícios do qual Levitíco é o resumo), o Livro das Guerras do Senhor (Nm 21:14-15) e a Torah do Yardem ou Deuteronômio (Dt 31:24-26). Atribuir-se o livro inteiro a Moisés é no mínimo incoerência.

As versões que deram origem ao atual Pentateuco.

O Pentateuco foi escrito originalmente em hebraico antigo (que era a língua original da humanidade), sendo transliterado para o hebraico moderno por Esdras, o criador dos atuais caracteres quadrados. Porem as versões em hebraico antigo continuaram em uso até depois da destruição de Jerusalém (hb. Yirushalayim) em 70 d.C. A Torah é aceita como autentica desde seu surgimento na época de Moisés, devido ao fato de não ser baseado no testemunho de um só homem, mas de todo um povo (Êx 19:16-25; 20:18-21). Até mesmo os povos em redor testemunhavam da veracidade dos elementos expostos no Pentateuco (1Sm 4:5-8). O povo tinha para sua instrução o livro que é chamado de Deuteronômio (Dt 31:9-13), enquanto os sacerdotes (hb. Cohenim) possuíam o Código Sacerdotal com as minúcias de toda oferta e sacrifício do Tabernáculo. Depois, quando Esdras fez a compilação de todos os códigos da Torah, todo o povo de Israel o considerou verídico, sendo aceito autentico também nos tempos do Novo Testamento.

As versões do Pentateuco que chegaram até nós.

As versões hoje existentes do Pentateuco têm três origens: hebraica, grega e latina. A versão em hebraico em uso apenas no judaísmo é mais fiel e longe de erros, pois têm permanecido ao alcance do povo desde sua origem. A atual versão em uso nas sinagogas obedece a um padrão estipulado após a destruição do templo de Jerusalém em 70 d.C. Os Escribas (hb. Soferim) regularizaram todas as cópias da Torah, e desenvolveram a técnica de contar todas as palavras e letras do texto ao final do capitulo ou livro, para obter extrema exatidão nas compilações posteriores. Devemos saber que o hebraico (tanto o antigo como o moderno) originalmente só se escrevia com consoantes. Entre os anos de 500 a 950 d.C os massoretas (palavra hebraica vinda de massorah, tradição), estudiosos judeus, criaram as vogais e acentuações, que hoje constam das versões hebraicas conhecidas como versões massoreticas. Porem nas sinagogas, os rolos da Torah ainda permanecem no hebraico consonantal. As versões de origem gregas têm como base a tradução da Septuaginta¹. Já as versões latinas têm como base a Versis Vulgata².

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